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Descoberta de múmia com tatuagens no pescoço revoluciona estudo dessa arte

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Cientistas acabam de divulgar a descoberta de uma múmia egípcia com mais de 3 mil anos de idade que possui restos bastante claros de tatuagens no pescoço, nas costas e nos ombros. O nível dos detalhes foi o que mais impressionou os pesquisadores, já que, até então, múmias tatuadas traziam apenas desenhos abstratos – a recente descoberta mostra flores de lótus, vacas e olhos divinos.

A múmia em questão foi descoberta às margens do rio Nilo, em um sítio arqueológico chamado de Deir el-Medina, que data de 1080 a.C. a 1550 a.C. Esse lugar abrigava uma aldeia de artesãos responsáveis pela construção dos túmulos faraônicos do Vale dos Reis.

Inicialmente, a bioarqueóloga Anne Austin acreditava que podiam se tratar apenas de pinturas corporais que milagrosamente resistiram ao tempo, já que colocar amuletos ou desenhá-los ao redor do pescoço era uma prática comum dessa época. Porém, um estudo mais detalhados mostrou que os desenhos encontrados são mais incomuns do que se imaginava, pois se tratam de tatuagens permanentes na múmia feminina.

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A conclusão aconteceu porque os desenhos estavam encolhidos e distorcidos, dando a entender que foram feitos muito antes do processo de mumificação. Algumas dessas imagens ainda precisam ser decifradas, mas, até agora, a maioria já identificada possui significados religiosos.

“Vários desenhos estão associados com a deusa Hathor, como vacas com colares especiais, por exemplo”, explicou Anne Austin. Já as imagens de cobras localizadas próximo ao ombro possuem relação com outras divindades femininas do Antigo Egito. Além disso, os braços, as costas e o pescoço da múmia tinham desenhos de olhos de Wadjet, que são associados à proteção.

No pescoço também foi encontrado um símbolo referente a Néfer, que pode significar beleza ou bondade. Em uma aldeia vizinha a Deir el-Medina, a combinação desse símbolo com os olhos de Wadjet significava “fazer o bem”, o que pode dar um indício de que a múmia tatuada era uma pessoa bem quista pela sociedade. Além disso, a localização no pescoço, justamente na área das cordas vocais, mostra que essa mulher poderia ter influência na aldeia com sua fala ou seu canto.



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