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Ufólogo: índios e Barão de Melgaço "avistaram" discos voadores

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Ataíde Ferreira: Mato Grosso tem grande incidência de objetos voadores não identificados


Objeto voador não-identificado no céu de Chapada dos Guimarães, em 2010



Jornais da época noticiaram o facto em Rondonópolis



Ufólogo Ataide Ferreira diz que pessoas precisam enxergar além da rotina


Documentos serão mostrados durante congresso no Hotel Fazenda, em Cuiabá.

Mato Grosso tem grande incidência de objetos voadores não identificados (OVNIs). Quem garante é o ufólogo Ataide Ferreira, da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP).

Em entrevista ao MidiaNews, ele relatou que os índios xavantes teriam sido os primeiros a registar o fenómeno em Mato Grosso.

De lá para cá, conforme Ataíde, os acontecimentos não pararam mais de ocorrer. Segundo ele, até o almirante Augusto João Manuel Leverger, o Barão de Melgaço, relatou ter visto um “um disco voador” no século XIX.

O último caso dessa natureza no Estado teria ocorrido em 2010, na Salgadeira, no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

Todos os documentos com os relatos acima e tantos outros, como do ET de Varginha (MG), serão apresentados durante o “I Congresso Mato-grossense de Ufologia e Parapsicologia”, que será realizado em Cuiabá.

O evento acontece no Hotel Fazenda Mato Grosso, nos dias 16, 17 e 18 de setembro. A entrada é gratuita.

“O congresso vem com a ideia de fortalecer esse tema no Estado, tendo em vista que Mato Grosso tem um grande índice de acontecimentos e relatos de objetos voadores não identificados”, afirmou.

“O fenômeno está ai, acontece, é real, mas ainda é camuflado na ironia, no deboche”, completou.

Conforme Ataíde, os índios da etnia Xavante desenharam uma suposta visita de extraterrestres na região do Xingu.

“Os registros de discos voadores em Mato Grosso vêm desde muito tempo, quando os xavantes fizeram desenhos primitivos em cavernas, reproduzindo a visita de uma bola gigante no céu”, contou.

Na Capital, conforme Ataide, a primeira aparição documentada de um objeto voador não identificado teria ocorrido em 1856.

“O primeiro registo oficial de um disco voador na Capital foi feito pelo Barão de Melgaço. Ele conta um acontecimento em 1856, em que viu objetos em forma de disco no céu, próximo ao Rio Cuiabá, quando estava indo para o Paraguai. Ele relatou que nunca tinha visto nada parecido com aquilo”.

Recentemente, conforme o ufólogo, um provável disco voador teria sido visto em Chapada dos Guimarães (65 km ao Norte de Cuiabá).

“Um objeto não identificado foi visto por vários banhistas em 2010 na Salgadeira. Esse objeto era muito brilhoso. Realizamos diversos estudos e a astronomia descartou a possibilidade de que pudesse ser Vénus [o planeta do sistema solar, cujo brilho o faz ser confundido com uma estrela].

"Nas filmagens ele [ o objeto] aparece estático, mas há relatos de pessoas que viram uma movimentação”, contou.

Questionado se a AMPUP já conseguiu provar se algum desses objetos voadores vistos no Estado são mesmo de seres extraterrestres, o ufólogo afirmou que a comprovação é muito relativa.

Segundo ele, mesmo que todos os vestígios indiquem que o fenómeno não é desse planeta, não é possível afirmar que se trata de um ET.

“O que é real para mim, não é real para o outro. Uma coisa é você pegar o relato de uma pessoa que pode estar mentindo e outra coisa é mostrar registos arqueológicos, como faremos no congresso. Nós temos aqui na América do Sul, na Bolívia, dados arqueológicos impressionantes, como crânios alongados. Os estudos revelam que eles não têm o mesmo DNA que o nosso. Além disso, a massa encefálica desses crânios é muito maior que a nossa. Mas isso prova? Não, isso deixa você com a pulga atrás da orelha”, relatou.

“Mas os estudos científicos vêm para mostrar até que ponto é real ou imaginário. Até que ponto é criação ou real de facto. E nessas pesquisas nós constatamos isso: de cada 100 casos, cerca de cinco chamam atenção de verdade, têm algo significativo”, afirmou.

Discoporto

De acordo com Ataíde, a maior incidência de relatos de objetos voadores não identificados em Mato Grosso ocorre na região de Barra do Garças, especialmente na Serra do Roncador.

Em 1925, o coronel Percy Fawcett desapareceu misteriosamente no local, após organizar um expedição para procurar uma civilização perdida.

“Esse caso foi incentivo para o filme "Os Caçadores da Arca Perdida" e inspiração para o livro 'As Minas do Rei Salomão'”, descreveu o ufólogo.

A “familiaridade” da região de Barra do Garças com seres extraterrestres é tão grande que a cidade criou até um "discoporto".

O projeto foi apresentado pelo ex-senador e então vereador Valdon Varjão, em 1996, quando resolveu chamar a atenção da mídia nacional ao destinar uma área no Parque Estadual da Serra Azul, em Barra do Garças, para a construção de um aeroporto para discos voadores.

À época, Varjão foi tachado de louco, porém sua iniciativa ganhou a projeção que buscava, atraindo para a cidade equipas de reportagens de vários órgãos de comunicação. Ele chegou a ser convidado para o Programa Jô Onze e Meia, apresentado pelo humorista e apresentador Jô Soares, no SBT.

“O projeto foi aprovado de forma unânime na Câmara Municipal, porque na região há um grande índice de acontecimentos, de relatos. Então lá as pessoas têm uma familiaridade com o facto”.

Recentemente, a Câmara de Barra do Garças também aprovou o Dia do ET. De acordo com a propositura, a data será comemorada em todo segundo domingo de julho.

Abdução

Outro grande acontecimento da ufologia em Mato Grosso, segundo Ataíde, ocorreu em 1978, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).

Na época, um menino teria sido abduzido por um disco voador em Goiás e deixado pelos extraterrestres em Rondonópolis.

“O menino conta que estava jogando bola com amigos quando um objeto apareceu em cima dele no campo de futebol. As outras crianças correram e ele e o primo dele ficaram presos no chão. Nesse momento foram sugados pelo objeto. Naquele mesmo dia, à noite, ele apareceu em Rondonópolis, quando ocorreu um blecaute geral na cidade”, disse o ufólogo.

“Um engenheiro, na época, vendo aquele menino à noite contando aquelas histórias, o acolheu. E, no outro dia, a imprensa foi toda em cima. Foi capa de vários jornais e não se sabe o paradeiro do primo até hoje”, completou.

Bola de fogo

Em 1997, outro acontecimento chamou a atenção da ufologia mato-grossense. Uma bola de fogo teria caído em Nova Brasilândia (215 km ao Sul de Cuiabá).

Até hoje, conforme Ataíde, não se sabe o que aconteceu naquele episódio, mas moradores garantem que sentiram uma explosão no local.

“Era um domingo quando o objeto incandescente caiu do céu e se espatifou nas montanhas. Quem estava lá afirma que o estouro foi tão forte que sacudiu o chão. Há relatos ainda que o brilho era tão intenso que parecia dia. Todos sabem que alguma coisa aconteceu, mas não se comprovou até hoje o que era”, contou.

O ufólogo recorda que a cidade ficou mundialmente conhecida com o incidente.

“A suspeita é de que o objeto seria um meteorito ou até mesmo fragmento de satélites desativados e que estariam à deriva na órbita terrestre, mas nunca acharam nada”, afirmou.

Além da rotina

Ataíde, que afirmou já ter visto objetos não identificados quando ainda era criança, argumentou que o congresso pretende levar para as pessoas conhecimentos que vão além da rotina.

Para ele, extraterrestres existem e não são hostis, pelo contrário, são seres evoluídos tanto espiritualmente quanto tecnologicamente.

O ufólogo relatou que as pessoas precisam questionar o mundo, seus mistérios e enigmas.

“Nossa rotina capitalista nós faz esquecer de muita coisa. Trabalhamos o dia todo para pagar contas. O que nós queremos é que as pessoas vão além da rotina. Que parem, olhem para o céu e comecem a se questionar sobre o universo. A vida não é tão precária quanto se pensa, existe muita coisa para vermos”, pontuou.



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