Ele abriga restos de cães sacrificados ao lado de tumbas de jovens guerreiros.
No principal zoológico do Peru ainda estão enterrados mistérios dos antepassados. Construído entre santuários pré-hispânicos, ele abriga restos de cães sacrificados ao lado de tumbas de jovens guerreiros, também de corpos tatuados. São 54 santuários dentro do Parque das Lendas.
Neles, há registos de três civilizações assentadas no complexo arqueológico de Maranga, no nordeste de Lima. O zoológico, que data de 1984, é chamado assim devido às lendas pré-hispânicas ilustradas na entrada do local.
Os trabalhos demonstram que eles correspondem às culturas Lima (100-650 d.C), Ychsma (900-1470 d.C) e Inca (1200-1500 d.C), mas também há cerâmicas de uma cultura estimada de 300 anos a.C, segundo Lucenida Carrión Sotelo, chefe da direção de arqueologia do parque, em entrevista à AFP:
“Para os investigadores há muito a se descobrir em cada santuário. Desde 2011, foram encontrados 138 cães e 134 enterros humanos associados à época Ychsma”, detalhou a especialista.
No caso dos humanos, trata-se de restos mortais de pessoas entre 20 e 40 anos, mortas por golpes fortes na cabeça e nas costelas, o que supõe que eram guerreiros.
“Tudo indica que suas mortes foram consequência de enfrentamento com outros grupos sociais”, comentou.
Um dos enigmas para os investigadores são os restos de cães encontrados ao lado de jovens.
“Provavelmente, para os Ychsma, sacrificar um cão era parte do ritual funerário de um guerreiro”, disse Carrión.
No santuário São Miguel, que era o centro administrativo cerimonial, os pesquisadores descobriram restos mortais de um homem e de uma mulher com tatuagens. Ela, que deveria ter entre 25 e 30 anos no momento da morte, tinha 17 tatuagens de peixes na pele de um de seus braços.
Os arqueólogos conseguiram reconstruir grande parte desses restos e que o casal foi uma oferenda à construção do edifício, explicou.
Outra das jóias que já se encontram no museu Ernst W. Middendorf, do parque, é a Senhora dos Batáns (pedras lisas grandes). Ela foi enterrada sentada junto a uma grande batán, sendo que uma das menores.