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Parque de dinossauros à vista na Lourinhã

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Um megalossaurídeo, como o que pôs ovos na Lourinhã, junto ao seu ninho 
VLADIMIR BONDAR/GEAL/CIID/MUSEU DA LOURINHÃ



Fósseis de ovos com embriões de dinossauros encontrados na Lourunhã em 1993 NUNO FERREIRA SANTOS


Terá 250 réplicas de dinossauros em tamanho real, exposições de fósseis e um laboratório científico. Início da construção previsto para 2017, abertura ao público para 2018.

O parque Jurássico da Lourinhã, que terá como atracções fósseis e réplicas em tamanho real de dinossauros, vai começar a ser construído em 2017, anunciaram esta quinta-feira os seus promotores, assegurando o financiamento através de fundos comunitários.

O promotor do projecto é a sociedade PDL – Parque dos Dinossauros da Lourinhã, empresa do grupo alemão detentora do Dinopark, um museu de dinossauros na cidade alemã de Münchenagen. Em comunicado, a sociedade PDL refere que a candidatura do projecto a fundos comunitários foi aprovada e que assinou com o Turismo de Portugal o contrato de co-financiamento para a criação do parque na Lourinhã – “um passo determinante para a concretização do projecto”.

Com o financiamento garantido, os promotores do projecto estimam desenvolver ainda este mês “medidas de preparação na área do parque” e apontam para 2017 a construção de um parque ao ar livre, com 250 réplicas de dinossauros em tamanho real, e de um edifício com área de exposição de achados de dinossauros com 150 milhões de anos, uma loja e um laboratório de preparação de fósseis. “Todo o complexo deve ser aberto ao público em 2018.”

À espera de 200 mil visitantes por ano, este é considerado um “projecto âncora para o desenvolvimento turístico” da região. O Parque Jurássico da Lourinhã vai ocupar, numa primeira fase, dez dos 30 hectares do terreno onde funcionou a antiga lixeira municipal. Desde há dez anos que a câmara municipal ambiciona ter um novo museu, para dar a conhecer os achados paleontológicos daquela que é considerada a “capital dos dinossauros” em Portugal.

Contudo, o projecto, cuja construção e a abertura ao público chegaram a ser anunciadas várias vezes, tem vindo a ser adiado por falta de financiamento. Para ser concretizado, foi redimensionado e o investimento foi reduzido de 20 para cerca de cinco milhões de euros.

Em 2011, o município alterou o Plano Director Municipal para viabilizar a construção do parque no Pinhal dos Camarnais e entregou o projecto a privados, cedendo por 50 anos o terreno.

Em Setembro de 2016, o município e o Grupo de Etnografia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL) – que gere o actual Museu da Lourinhã e é o detentor do espólio e conhecimento científico – estabeleceram um protocolo com o promotor do parque, a que a Lusa teve acesso.

Ao abrigo da cooperação, as entidades locais autorizam a exposição dos achados de dinossauro no novo museu, continuando a investigação científica a ser feita por paleontólogos do GEAL.

No mapa-múndi da paleontologia

Após a abertura do parque, a sociedade PDL vai atribuir ao GEAL um apoio financeiro anual para as escavações, preparação e investigação científica dos achados. Esse financiamento será calculado em função do número de visitantes por ano: entre dez mil euros (até 50 mil visitantes) e os 130 mil euros (se ultrapassar os 300 mil visitantes), sendo 80 mil euros a verba a arrecadar por 150 a 200 mil visitas.


Ossos, desenho e réplica dos embriões de dinossauros da Lourinhã NUNO FERREIRA SANTOS

Mas, se a verba ultrapassar um milhão de euros ao fim de dez anos, pode cessar ou ser reduzida, motivo pelo qual, na última assembleia municipal, o PSD levantou dúvidas sobre o protocolo celebrado pela maioria socialista.

A Lourinhã tornou-se a “capital dos dinossauros” e também ficou conhecida mundialmente a partir de 1997, quando foi então revelada a descoberta de fósseis importantes – ovos com embriões de dinossauros carnívoros bípedes. Com 150 milhões de anos (do Jurássico Superior), os ovos fossilizados tinham sido encontrados em 1993 na praia da localidade de Paimogo. Estavam num ninho enorme, onde um grupo de fêmeas tinha posto mais de uma centena de ovos, e colocaram desde então a Lourinhã no mapa-múndi da paleontologia.

em 2013, a menos de dez quilómetros da praia de Paimogo, voltaram a descobrir-se mais fósseis de ovos, desta vez na praia de Porto das Barcas, na localidade de Atalaia. Mais exactamente, encontraram-se centenas de fragmentos de cascas de ovos, com ossos de embriões e dentes, também com 150 milhões de anos.

Estes dois achados (da praia de Paimogo e da praia de Porto das Barcas) são os fósseis de ovos de dinossauros carnívoros mais antigos do mundo. Outros fósseis, além dos ovos, têm sido encontrados na Lourinhã. Ovos ainda antigos, só os de dois dinossauros herbívoros, encontrados na África do Sul e na China, ambos com cerca de 190 milhões de anos.

fonte: Público


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