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Grupo de cientistas detecta cruzamento entre chimpanzés e bonobos

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Publicado pela revista americana Science, o trabalho também pode ajudar em estratégias de preservação das duas espécies.

Um grupo internacional de cientistas demonstrou, pela primeira vez, a ocorrência de mistura genética entre dois primatas considerados os parentes vivos mais próximos do homem. Por meio de análise avançada, constatou-se que ao menos 1% do genoma de chimpanzés é derivado dos bonobos.

A miscigenação reforça a relação entre os primatas e a ancestralidade humana na escala evolutiva. Publicado pela revista americana Science, o trabalho também pode ajudar em estratégias de preservação das duas espécies.

Os bonobos e os chimpanzés são macacos de grande porte e correm risco de extinção. Mesmo protegidos por lei, são alvo da caça ilegal. As duas espécies divergiram de um ancestral comum entre 1,5 milhão e 2 milhões de anos atrás e viviam em diferentes áreas da África tropical.

Por estarem separados fisicamente, os cientistas acreditavam que semelhanças gênicas entre os dois tipos de primatas não poderiam existir, mas o estudo recente mostra o contrário.

Ao sequenciar o genoma de 75 chipanzés e bonobos de 10 países africanos e analisar a genética desse material, constatou-se que os chimpanzés tinham ao menos 1% de seus genes derivados de bonobos.

“A existência de fluxo gênico entre essas espécies nunca havia sido considerada. Isso se deve principalmente ao grande rio Congo, que separou fisicamente as espécies”, detalhou ao Correio Tomas Marques-Bonet, um dos autores do estudo e vice-diretor do Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade Pompeu Fabra (IPF), em Barcelona. O trabalho contou também com pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.



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