Uma das imagens divulgada pela agência espacial onde são visíveis os raios avermelhados Fotografia © NASA
Há uma espécie de grafiti encarnado à superfície de Tétis. A NASA ainda não tem explicação e precisa de ver mais de perto.
Não é grafiti, mas parece. A sonda Cassini, da NASA, captou no passado mês de abril as imagens que estão a surpreender os responsáveis pela missão. Só agora tornadas públicas, mostram alguns arcos encarnados que atravessam a superfície gelada de Tétis, uma das luas de Saturno. "São algumas das imagens a cores mais insólitas captadas até agora pelas câmaras de Cassini", admite a agência espacial norte-americana.
Nas fotografias, foram utilizados filtros especiais verdes, infravermelhos e ultravioletas, para que ficassem destacadas até as mais leves diferenças de cor que estavam invisíveis ao olho humano.
Estes arcos avermelhados já tinham sido detetados de forma difusa em anteriores observações da sonda, que desde 2004 está na órbita de Saturno. Mas as últimas imagens recolhidas, com melhores condições de iluminação, permitem observar com nitidez grandes áreas do hemisfério norte de Tétis, atravessado pelos arcos encarnados, de enormes dimensões.
O fenómeno não tem, até ao momento, qualquer explicação plausível para os cientistas da NASA. Poderá tratar-se de "gelo exposto com impurezas químicas", ou "o resultado de gases expulsos" do interior da lua. Outra hipótese sob investigação aponta para que estes arcos sejam afinal fraturas à superfície de Tétis, captadas a uma resolução demasiado baixa, que não as define com nitidez.
Esta espécie de grafiti não é comum nas luas de saturno, tendo sido observado apenas em pequenas crateras de Dione, outro dos satélites naturais do planeta, e na superfície da jovem lua Europa. "Os arcos vermelhos deverão ser geologicamente recentes, uma vez que atravessam outros relevos, como crateras de impacto, nas não sabemos quantos anos têm", admitiu o cientista Paul Helfenstein, que ajudou a planear as observações da sonda Cassini. "Se estas marcas são apenas finas camadas sobre o solo gelado, a exposição às condições ambientais na superfície de Tétis pode apagá-las em relativamente pouco tempo", explicou.
A equipa responsável pela missão está agora a planear novas observações, que deverão acontecer até ao final do ano, no mês de novembro, de forma a perceber a composição e a origem dos invulgares traços avermelhados.
fonte: Diário de Noticias