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Uma nova descoberta pode reescrever as origens da história da humanidade, situando o evento de separação dos homens dos macacos na Europa e não em África.
Até agora, acreditava-se que o Sahelanthropus tchadensis, encontrado no Chade, seria o pré-humano mais antigo.
A teoria prevalecente é que os homens divergiram dos macacos há cerca de 7 milhões de anos, na África central, e que terão permanecido por lá durante mais cinco milhões de anos, antes de rumarem a outras paragens.
Mas uma equipa de cientistas internacionais descobriu fósseis de uma nova espécie, familiar de macacos e de humanos, que datam de há 7,2 milhões de anos.
Os fósseis em causa são um maxilar inferir descoberto na Grécia e dentes pré-molares superiores encontrados na Bulgária, que sugerem que a raça humana começou a evoluir não em África, mas na Europa, 200 mil anos antes do que se pensava, explicam os cientistas no artigo publicado no jornal PLOS One.
(dr) Wolfgang Gerber / University of Tübingen
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Maxilar inferior do Graecopithecus freybergi, encontrado na Grécia, que terá vivido há 7,2 milhões de anos.
Reescrever a origem da humanidade
A descoberta desta nova espécie, baptizada Graecopithecus freybergi, ou simplesmente El Graeco no cognome abreviado, pode reescrever o início da história da raça humana, situando o mais antigo antepassado dos humanos na região do Mediterrâneo.
“O Graecopithecus não é um macaco. É um membro da tribo dos hominídeos e o antepassado directo do Homo”, explica ao jornal britânico The Telegraph um dos autores do estudo, o professor Nikolai Spassov, da Academia Búlgara de Ciências.
A professora Madelaine Böhme, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, também envolvida na investigação, reforça a ideia de que a descoberta pode, “eventualmente, mudar as ideias sobre a origem da humanidade”, conforme declarações ao The Telegraph.
“Pessoalmente, não penso que os descendentes do Graecopithecus se tenham extinguido, podem ter-se espalhado para África, mais tarde“, nota a investigadora.
O estudo reforça a ideia de que, no tempo do Graecopithecus, o Mar Mediterrâneo secava por completo, durante períodos frequentes, pelo que pode ter sido usado como uma espécie de ponte entre a Europa e África.
“A separação entre chimpanzés e humanos foi um evento único. Os nossos dados apoiam a perspectiva de que esta separação aconteceu no Mediterrâneo oriental – não em África”, acrescenta Böhme.
Alterações climáticas drásticas
Na pesquisa, os investigadores reforçam a ideia de que a evolução dos pré-humanos poderá ter sido despoletada por alterações climáticas drásticas, e demonstram, com base em análises geológicas dos sedimentos em que os dois fósseis foram encontrados, que o deserto do Saara, no Norte de África, se formou há mais de 7 milhões de anos.
Nessa altura, a Europa era uma ampla savana com girafas, gazelas, antílopes e rinocerontes a conviverem lado a lado com o Graecopithecus, destacam os investigadores.
“A formação incipiente de um deserto no Norte de África há mais de 7 milhões de anos e a disseminação de savanas no sudoeste europeu podem ter tido um papel central na separação das linhagens de humanos e de chimpanzés”, conclui Böhme.
fonte: ZAP aeiou