Planetólogos norte-americanos encontraram uma tempestade gigante na superfície de Neptuno dentro da qual poderia caber toda a Terra.
"A descoberta de um furacão tão forte e tão grande foi uma grande surpresa para nós. Geralmente, essas regiões do planeta são muito tranquilas e antes só vimos nuvens brilhantes em latitudes elevadas de Neptuno e por isso a descoberta do furacão gigante perto do equador do planeta se tornou muito interessante para nós", explica Ned Molter da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Outro planeta do Sistema Solar, Júpiter, é famoso pela sua chamada Grande Mancha Vermelha − um enorme anticiclone atmosférico que corresponde a uma tempestade de grandes dimensões. Até há pouco tempo, este tipo de tempestade era considerado como uma característica distintiva do maior planeta do Sistema Solar.
Entretanto, em 1994 o telescópio Hubble fotografou tempestades em Neptuno. Uma dessas tempestades recebeu o nome de Grande Mancha Escura, e recentemente os cientistas receberam provas que a mancha continua existindo.
Molter e o seu colega Imke de Pater descobriram por acaso mais uma tempestade enorme na superfície de Neptuno quando testavam os instrumentos do observatório W. M. Keck no Havaí no fim de julho deste ano.
Observando Neptuno, Molter notou na sua superfície manchas luminosas gigantes, o que significa que há tempestades enormes nas regiões tropicais e equatoriais do planeta. Nos dias seguintes, a tempestade se tornou mais forte e maior e as fronteiras dela se expandiram até 9 mil quilómetros, superando em 1,5 vezes o raio da Terra.
Os cientistas ainda desconhecem a natureza desta tempestade. Segundo os astrónomos de Berkeley, debaixo da mancha luminosa há um vórtice que transfere gás denso de dentro de Neptuno para a atmosfera rarefeita do planeta, onde ele se refrigera e transforma em nuvens de metano, enquanto o vórtice mantém as nuvens no seu lugar, não as deixando "escapar" com os ventos poderosos da atmosfera do Neptuno.
Entretanto, os cientistas não podem explicar a existência do vórtice. Segundo Pater, os fluxos de gás em vez de subirem devem baixar, o que devia excluir o surgimento das tempestades. Os cientistas esperam que no futuro eles consigam desvendar o mistério.
fonte: Sputnik News