Há quase dois meses que a NASA não consegue restabelecer ligação com a Opportunity. E, segundo o prazo limite estabelecido pela agência espacial norte-americana, as coisas não parecem estar a correr bem para a sonda marciana.
Três vezes por semana, desde o passado 10 de junho, os especialistas da NASA estão a enviar um sinal para Marte, com o objetivo de receber uma resposta da Opportunity.
No início desse mês, o Planeta Vermelho foi atingido por uma forte tempestade de pó que abalou a maior parte da cratera Endeavour, onde a sonda está a operar. Alguns dias depois, a situação agravou-se de tal forma que os engenheiros tiveram que colocar a sonda em regime de emergência e desligar todos as suas ferramentas exceto o relógio.
Já em meados de junho, e de acordo com fotografias capturadas pela sua “amiga” – a sonda Curiosity, que está noutra parte do planeta – a tempestade abalou o planeta por completo, sendo oficialmente considerada uma tempestade de envergadura planetária.
À medida que volume de pó na atmosfera de Marte começa a dar tréguas, a agência espacial norte-americana não desiste de tentar restabelecer ligação com a sonda marciana mas, até agora, sem sucesso.
“O Sol está a começar a entrar no Vale da Perseverança, por isso, em breve haverá luz solar suficiente para que a Opportunity possa recarregar baterias”, diz John Callas, gestor de projeto da Opportunity no Jet Propulsion Laboratory (JPL).
“Quando o tau cair abaixo de 1,5, vamos iniciar um período ativo de tentativas de comunicação com o rover, enviando comandos através das antenas da Deep Space Network da NASA”, explica.
“Assumindo que vamos ter novidades da Opportunity, logo iniciaremos o processo de colocá-la novamente online”, explica. Porém, cita o Science Alert, se não tiver qualquer sinal da sonda “nos próximos 45 dias, a equipa será forçada a concluir que o pó que está a bloquear o Sol e o frio marciano conspiraram para causar algum tipo de falha da qual o rover provavelmente não vai conseguir recuperar”.
Mas nem todos concordam com este plano, como é o caso de Mike Seibert. O ex-diretor de voo da Opportunity recorda que a sonda está equipada com duas “asas” de painéis solares, sendo que ambas fornecem energia suficiente para explorar o planeta e para comunicar com a Terra.
Se esses painéis estiverem cobertos pela poeira, há uma hipótese, por mais mínima que seja, de um eventual surto de vento – chamado de “redemoinho” – poder limpá-los. O antigo responsável do projeto lembra que, geralmente, este fenómeno começa em novembro, ou seja, já depois do prazo de 45 dias definido pela equipa da NASA.
O robô encontra-se em Marte desde 2004. Inicialmente, foi concebido para durar apenas três meses, mas continuou a operar durante quase 15 anos. Também já passou por outros infortúnios como quando, em 2007, conseguiu sobreviver a uma tempestade de pó semelhante.
fonte: ZAP