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Descobertos achados da Idade do Bronze na construção do centro de saúde de Mafra

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FACEBOOK CÂMARA MUNICIPAL DE MAFRA

Vestígios da Idade do Bronze foram encontrados durante a construção do Centro de Saúde de Mafra e são os mais antigos até agora descobertos na vila, disse esta segunda-feira à Lusa a arqueóloga Ana Catarina Sousa.

As prospeções arqueológicas junto à zona de construção permitiram identificar e, neste verão, escavar, "vestígios de um povoado da Idade do Bronze datável do século XI a IX a.C., com uma cabana e várias estruturas anexas" que, por serem "os mais antigos" até agora encontrados na vila, "poderão corresponder à origem do núcleo populacional desta localidade", afirmou à agência Lusa Ana Catarina Sousa, arqueóloga da Universidade de Lisboa.

Segundo a especialista, tratam-se de "vestígios de uma casa agrícola" que evidenciam os "primeiros contactos com o mundo mediterrânico num período pouco conhecido na região da Estremadura", onde se situa Mafra, distrito de Lisboa.

A descoberta surpreendeu os arqueólogos, uma vez que, por a obra se situar no núcleo histórico de Mafra, "seria expectável" encontrarem achados da época medieval, já que a documentação histórica "há referências a um castelo", sem que alguma vez tenha sido encontrado restos das respetivas muralhas.

"É muito importante a nível local porque temos muito pouca informação sobre as fases da antiga vila de Mafra", sublinhou a arqueóloga.
Além dos vestígios da Idade do Bronze, os arqueólogos identificaram silos de várias épocas, incluindo a Alta Idade Média Islâmica, que deverão remontar aos séculos X-XII.

Os achados foram encontrados durante os trabalhos de acompanhamento arqueológico da construção do Centro de Saúde de Mafra e foram coordenados pela arqueóloga da Câmara Municipal de Mafra, Marta Miranda.

Nas escavações, que decorrem desde julho, estão a colaborar alunos de Arqueologia e História da Faculdade de Letras de Lisboa sob a coordenação da arqueóloga Ana Catarina Sousa, no quadro de uma colaboração existente entre o município de Mafra e o Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.

Os trabalhos arqueológicos estão em fase de conclusão, estando prevista a proteção das estruturas e ações de conservação e restauro dos materiais arqueológicos.

A descoberta de achados arqueológicos atrasou a conclusão da obra, prevista para junho deste ano, explicou o presidente da Câmara, Hélder Sousa Silva, na última reunião de câmara, na qual foi aprovada a prorrogação do prazo de execução até meados de novembro.

O novo Centro de Saúde de Mafra é um investimento de 2,9 milhões de euros, para substituir as atuais instalações da unidade que pertencem à Santa Casa da Misericórdia, que são antigas e que já não têm condições.

O novo centro de saúde vai servir 20 mil utentes, mas tem capacidade para 30 mil dos 65 mil registados em todo o concelho.

Para a obra, a autarquia estabeleceu uma parceria com o Ministério da Saúde, a qual a tutela transfere o dinheiro necessário e a câmara lançou concurso e tem vindo a ser responsável pela construção.



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