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Há sete anos, a britânica Naomi Jacobs perdeu a memória de 17 anos da sua vida, devido a stress agudo, segundo conta em livro. Amnésia dissociativa temporária, segundo o jargão.
Em 2008, Naomi Jacobs tinha 32 anos e estava à beira de um ataque de nervos. Mãe solteira de um miúdo de 11 anos, estava na falência, tinha acabado de romper com o namorado e sentia-se muito ansiosa com os exames à porta, na Universidade de Manchester, onde frequentava o curso de psicologia. Então, uma noite, deitou-se exausta e, no dia seguinte, ao acordar, não reconheceu nada à volta, nem se reconheceu a si própria quando se olhou no espelho. Tudo aquilo de que se lembrava era que tinha 15 anos, e se deitara na noite anterior na cama onde dormia com a irmã Simone.
As primeiras 24 horas foram de puro horror, segundo o seu próprio relato. Aquela cara envelhecida no espelho, a voz que lhe saía estranha - mais grave - da garganta, o garoto desconhecido que lhe chamava mamã, e a geringonça que deitava música, um telefone de ficção científica que não sabia atender porque não lhe descortinava os botões...
O diagnóstico não foi imediato, mas como ela própria conta em "Forgotten Girl", o livro que publicou em abril deste ano numa editora londrina, os médicos acabaram por assentar numa explicação: Naomi tinha amnésia dissociativa, ou psicogénica (de origem psicológica), uma condição aparentemente rara, em que as pessoas ficam incapazes de recordar situações pessoais e emocionalmente penosas, e que acontece em reação a stress agudo ou a episódios de caráter traumático.
fonte: Diário de Noticias