Os neandertais e os antepassados dos humanos modernos acasalaram em diversos momentos durante um período de 30 mil anos, revela um novo estudo.
O estudo, publicado a 26 de novembro na revista Nature, aborda a relação entre os neandertais do oeste da Eurásia e os “humanos anatomicamente modernos” que deixaram África.
Nos últimos anos, os cientistas descobriram que os primeiros seres humanos que saíram da África encontraram neandertais a viver no é que hoje a Europa e a Ásia Oriental.
De facto, ao fazer análises genéticas em grande escala de fragmentos de ADN de neandertais presentes em humanos atuais do leste da Ásia e da Europa, dois especialistas da Universidade de Temple, nos EUA, constataram que os acasalamentos entre as duas espécies durante aquele período de 30 mil anos deixaram marcas nos genomas das populações não africanas contemporâneas.
“Quando os humanos anatomicamente modernos se dispersaram para fora de África, acasalaram com neandertais. O componente neandertal no genoma de humanos modernos é omnipresente em populações não africanas e, no entanto, é quantitativamente pequeno, representando uma média de apenas 2%”, explicam os autores do estudo.
Este padrão de ascendência neandertal em humanos modernos foi interpretado até agora como uma evidência que houve apenas um período de cruzamentos, que ocorreu pouco depois da saída dos nossos antepassados de África.
“Ainda assim, estudos demonstraram que a ascendência neandertal é entre 12% e 20% mais alta em indivíduos modernos do leste da Ásia em comparação com os da Europa”, escrevem os investigadores Fernando Villanea e Joshua Schraiber.
Os dois estudiosos afirmam que os padrões de ADN de origem neandertal presentes em humanos modernos se explicam melhor através da existência de vários episódios de acasalamento ocorridos entre os neandertais e as populações europeias e do leste da Ásia.
Os especialistas concluem que a recorrência dos encontros entre os humanos e os neandertais se encaixa na visão emergente que indica que as interações entre diferentes grupos de hominídeos foram frequentes e mais complexas do que se acreditava até agora.
fonte: ZAP