Fotografia © Ivan Bojicic/Royal Astronomical Society
Galáxias crescem através de colisões mas é raro conseguir observar o processo. Cientistas vão agora analisar a fusão.
Uma colisão de proporções intergaláticas foi detetada por trás da Via Láctea, por duas equipas de cientistas a trabalhar nas universidades de Manchester e Hong Kong. As galáxias crescem, habitualmente, através destas colisões, mas é raro conseguir observar o processo, assinala o comunicado da Royal Astronomical Society do Reino Unido, que anunciou a "espetacular colisão".
A nova formação, que resulta do encontro entre galáxias, foi apelidada de Kathryn's Wheel e fica a cerca de 30 milhões de anos-luz da Terra - o que, em termos cósmicos, é relativamente perto. Segundo os investigadores, esta foi mesmo a colisão mais próxima do nosso planeta a ser detetada. "Não só é visualmente espantoso, mas é suficientemente perto para ser alvo de um estudo detalhado", refere Quentin Parker, um dos cientistas do grupo que irá debruçar-se sobre esta colisão.
Na verdade, os astrónomos que a detetaram não estavam sequer à sua procura: o seu trabalho passava por analisar em detalhe as estrelas da Via Láctea, de forma a encontrar astros moribundos na nossa vizinhança espacial. A colisão das duas galáxias, com massas semelhantes, deu origem a um novo sistema concêntrico, formado a partir das ondas de choque que resultam da colisão das poeiras e gases espaciais.
A fusão deverá agora levar algum tempo a concretizar-se, tal como acontecerá quando a Via Láctea colidir com a vizinha Andrómeda, dentro de quatro mil milhões de anos. Os cálculos estão feitos e as duas galáxias deverão encontrar-se e formar uma só, de forma elíptica e com um pequeno núcleo. O telescópio Hubble foi utilizado para fazer as medições e revelou que o Sol não será destruído nesta colisão, mas virá a ocupar uma posição diferente da atual.
fonte: Diário de Noticias