A DARPA quer construir robôs conscientes usando cérebros de insetos, uma forma de criar novos modelos de inteligência artificial eficientes, que poderiam ser usados para explorar a própria consciência.
Ao contrário dos humanos, os insetos operam quase inteiramente baseados em estímulos simples. A DARPA, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, pediu, na semana passada, recomendações para a construção de computadores do tamanho de cérebros de insetos – alguns dos quais com menos de mil neurónios.
Os insetos têm “apenas algumas centenas de neurónios num formato compacto, enquanto mantêm a funcionalidade básica”, diz a solicitação da DARPA. “Compreender sistemas sensoriais e nervosos altamente integrados em insetos em miniatura e desenvolver protótipos de modelos computacionais” poderia ajudar na construção de um software adequado para simular as suas funções.
A DARPA utilizará o seu programa Micro BRAIN (Microscale Robom Biomimetic Robust Artificial Intelligence Networks) para determinar se é possível construir sistemas de inteligência artificial tão pequenos que requerem muito menos energia e dados para operar do que o normal. Ao mesmo tempo, a agência quer que os sistemas sejam eficazes.
Na prática, os investigadores querem aproveitar a evolução dos insetos voadores para melhorar a inteligência artificial, com uma eficiência computacional melhorada e, ao mesmo tempo, um baixo consumo de energia.
A natureza tem forçado os minúsculos insetos voadores a reduzir a sua escala, tamanho e consumo de energia sem, no entanto, qualquer perda de desempenho. A DARPA quer fazer uso destas valências para desenvolver novas estruturas e estratégias computacionais.
Além disso, os insetos são capazes de exibir uma maior subjetividade durante uma experiência, adianta o comunicado da DARPA. Se há indícios de que “até os pequenos insetos têm experiências subjetivas, este pode ser o primeiro passo para definir o conceito de ‘consciência‘”.
Apesar de na última década termos observado um grande crescimento no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial, a quantidade de computação necessária para treinar os maiores sistemas de IA tem aumentado dez vezes a cada ano, à medida que a IA assume problemas progressivamente mais complexos, avança a agência Azertag.
Por este motivo, a DARPA está a pedir novas formas de entender sistemas sensoriais e nervosos integrados em insetos com o fim de desenvolver protótipos eficazes. Esta é a prova de que a DARPA está cada vez mais interessada nos mistérios da cognição e da consciência.
fonte: ZAP