O Morus Intrepidus viveu há cerca de 96 milhões de anos e era consideravelmente mais pequeno do que o seu temível descendente, mas extremamente ágil. Fóssil parcial de animal adulto descoberto nos Estados Unidos.
ciência já sabia que antes de se tornar no incontestado líder da cadeia alimentar, estatuto que manteria até ao final do período do Cretáceo, o antepassado do tiranossauro foi um predador de dimensões bastante mais modestas. Mas agora descobriu-se que a transição entre "pequeno" e colosso deu-se muito mais rapidamente do que o esperado, num período de cerca de quinze milhões de anos.
Um fóssil parcial de um prototiranossauro, encontrado no estado do Utah, nos Estados Unidos, revela que há cerca de 96 milhões de anos, já no início do Cretáceo, este predador era apenas um pequeno dinossauro a lutar pela sobrevivência entre os gigantes da sua época. Os cientistas batizaram-no de Morus Intrepidus, que se pode traduzir como "O Mais Corajoso".
Os vestígios, que incluem a maior parte de uma perna e alguns ossos da cabeça, revelam que este dinossauro não seria muito maior do que um homem adulto, pesando cerca de 85 quilos e com um comprimento de perna de 1,20 metros. Em compensação, de acordo com os autores de um estudo publicado na revista científica Nature, o "pequeno" dinossauro seria extremamente ágil e furtivo, condições essenciais para sobreviver aos rivais de muito maiores dimensões. O achado, defendem, revela "uma estratégia evolutiva baseada na velocidade e na pequena dimensão durante a sua prolongada condição de pequenos predadores".
Encontrar um antepassado de tiranossauro tão pequeno - e este é o exemplar do Cretáceo mais antigo já recuperado nos Estados Unidos - é sempre um acontecimento importante. Mas já foram encontrados outros fósseis de "tiranossauros" de tamanho médio, muito mais antigos, datados do Jurássico, com cerca de 150 milhões de anos. O que torna este exemplar especial é mesmo o facto de este estreitar significativamente o intervalo temporal entre as dimensões mais reduzidas e os grandes tiranossauros, que surgiram há cerca de 81 milhões de anos.
A linha evolutiva desta espécie tinha um hiato de cerca de 70 milhões de anos no registo fóssil dos Estados Unidos que há muito vinha angustiando os paleontólogos.Agora, o novo espécime pode ajudar a perceber como o tiranossauro evoluiu para o gigante de crescimento rápido, força descomunal e inteligência aguçada que dominou a sua era até à extinção em massa dos dinossauros.
fonte: Diário de Noticias