Ilustração da NASA retrata uma anã castanha a orbitar longe da sua estrela hospedeira
Ocasionalmente, um estranho objeto na Via Láctea piscava inexplicavelmente. Agora, astrónomos descobriram que se trata de uma anã castanha que orbita o sistema.
Investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, analisaram um objeto conhecido como NGTS-7, que parecia ocasionalmente emitir clarões visíveis da Terra. Ao observarem mais detalhadamente descobriram que a luz escurecia a cada 16,2 horas e que o sistema era composto por duas estrelas com aproximadamente o mesmo tamanho.
Os astrónomos notaram que apenas uma delas escurecia momentaneamente, sugerindo que havia algo escuro a circular a superfície da estrela. Neste caso, trata-se de uma anã castanha, que está a orbitar este sistema e que apenas precisa de 16,2 horas para dar uma volta completa. Os resultados da investigação foram publicados online, no mês passado, no portal arXiv.
O astrónomo Hugh Osborn disse que o facto de os investigadores terem conseguido decifrar o que causava o piscar do NGTS-7 é impressionante. Para o fazerem, segundo explica o Live Science, os cientistas usaram uma técnica semelhante à usada para detetar exoplanetas. Os astrónomos mediram a forma como a luz se dissipava com o eclipse parcial da estrela causado pela órbita da anã castanha.
“Neste caso, a anã castanha está a ser aquecida pela estrela que orbita, significando que o lado da luz está em brasa, enquanto o outro está mais escuro”, disse Osborn, explicando que a interpretação do que causava aquele “piscar” é afetada por fatores como este.
O astrónomo realçou ainda que apesar de se chamarem anãs castanhas, estes corpos celestes são dezenas de vezes maiores do que Júpiter. Isto deveria torná-las fáceis de detetar, mas menos de 20 foram descobertas a passar em frente a estrelas como esta.
“O facto de terem sido avistadas tão poucas, deve ser porque são extremamente raras e não porque simplesmente não as vimos”, disse Osborn. Este é um caso ainda mais peculiar, uma vez que está bastante perto da sua estrela. Estão tão sincronizados que um lado do planeta está sempre voltado para um lado da estrela, como se amarrados por uma corda.
fonte: ZAP