Fotografia © REUTERS / Neil Hall
Stephen Hawking
O astrofísico afirma que é possível escapar a um buraco negro... saindo para outro universo.
É impossível escapar a um buraco negro e voltar a "casa", mas é possível continuar a viagem para outro universo. A teoria foi proposta por Stephen Hawking, numa conferência em Estocolmo, na Suécia. Segundo o astrofísico, os buracos negros podem ser passagens para outros universos, alternativos.
Hawking tem uma nova teoria em relação ao que acontece à informação dos objetos que caem nos buracos negros, para resolver o chamado Paradoxo de Informação do Buraco Negro.
Foi o próprio trabalho do cientista que criou o paradoxo quando, em 1976, calculou que a formação do buraco negro leva à destruição de toda a informação sobre o estado físico de algo - um buraco negro é uma região do espaço em que a atração gravitacional é tão intensa que nada lhe escapa, incluindo a luz.
É que, segundo as leis da mecânica quântica, essa informação não pode simplesmente desaparecer sem deixar rasto. Daí a existência de um paradoxo - a contradição entre as leis da relatividade geral e mecânica quântica.
Hawking defende agora que essa informação pode reaparecer de duas formas: na primeira, a informação não chega a entrar no buraco e fica permanentemente gravada numa espécie de holograma (uma estrutura de duas dimensões que contém toda a informação de três dimensões) nos "limites" do buraco negro. "A informação não é armazenada no interior do buraco negro como seria de esperar, mas na sua fronteira - o horizonte de eventos", explica o cientista, que é diretor de investigação no departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da Universidade de Cambridge, em Inglaterra.
Hawking trabalhou nesta ideia com o colega Malcolm Perry, de Cambridge, e Andrew Stromberg, de Harvard.
Mas Hawking apresentou outra ideia sobre onde os objetos que caem num buraco negro podem ir parar: num universo alternativo. "O buraco precisaria de ser grande e se estivesse em rotação poderia ter uma passagem para outro universo. Mas não voltaria ao mesmo universo", disse no KTH Royal Institute of Technology, em Estocolmo, citado no blog da instituição.
O físico não elaborou sobre os efeitos da "viagem" num humano, mas acrescentou que, embora seja fã das viagens espaciais, não gostaria de passar por esta experiência. "A mensagem desta palestra é que os buracos negros não são negros como os pintámos. Não são as prisões eternas que pensámos que eram", concluiu.
fonte: Diário de Noticias