Uma manada de elefantes causou pânico entre populares da cidade de Ndalatando, capital da província angolana do Cuanza Norte, com a destruição de várias casas e ferindo algumas pessoas.
O caso, relatado por populares daquela localidade à rádio púbica angolana, aconteceu terça-feira, quando uma manada de elefantes invadiu três bairros da cidade de Ndalatando.
Segundo o soba (autoridade tradicional) de Cazengo, José Lino, é a primeira vez que ocorre uma situação do género na capital da província.
"Fui acordado por um elefante, coisa que nunca vimos aqui na cidade de Ndalatando", disse o soba, salientando que situações iguais a esta que se verificou na capital são conhecidas em outras zonas da província.
"Não é estranho, porque já ouvimos falar na Canhoca, Catamba, Cavumba, por aí fora. Estão mesmo a circular, estão à procura de comida", acrescentou ainda o soba geral de Cazengo.
Por sua vez, o chefe da brigada do Instituto de Desenvolvimento Florestal, Guilherme da Costa, apontou a urbanização e a agricultura itinerante como fatores principais para o surgimento de elefantes nas comunidades.
Igualmente a época seca que se regista no momento, com a falta de água e de alimentos no habitat daqueles mamíferos têm contribuído para o aumento de elefantes em áreas residenciais.
O Ministério da Agricultura está a realizar o levantamento de casos de conflito entre homens e animais, que afetam várias províncias, o primeiro passo para a elaboração de um Plano de Mitigação do problema.
O trabalho incidirá sobretudo no conflito entre elefantes e homens, que tem preocupado sobremaneira populares das províncias de Cabinda, Bengo, Cuanza Norte, Malanje, Moxico, Cunene e Cuando Cubango.
Os passos subsequentes serão o levantamento e mapeamento das ocorrências para o registo de todos os acontecimentos, bem como o estudo comportamental dos animais, suas proveniências e rotas utilizadas, para uma possível transferência para zonas longínquas ou um parque nacional.
Em Angola, o conflito homem/animal intensificou-se depois do fim da guerra, em 2002, com o regresso, sobretudo de elefantes, ao seu habitat, agora ocupado por populares e originando o problema.
fonte: Jornal de Noticias