O seu iate, de 12 metros, foi encontrado à deriva no oceano pacífico
Manfred Fritz Bajorat, de 59 anos, foi encontrado mumificado
O corpo do capitão estava debruçado junto do rádio telefone do seu iate
O último contacto - físico - do Alemão de que há registo é de há 7 anos
A embaixada alemã em Manila está a trabalhar com a polícia local para encontrar a sua família na Alemanha
Muitas das suas viagens partilhou com a sua mulher, Claudia, de quem se separou em 2008 e que, mais tarde, morreu de cancro
O corpo mumificado de um alemão foi encontrado num iate, junto ao rádio telefone. A embarcação foi descoberta à deriva por dois pescadores, a cerca de 60 quilómetros da costa sul das Filipinas.
Manfred Fritz Bajorat, de 59 anos, tentava fazer uma última chamada de socorro quando morreu, de causa ainda desconhecida. É o que indicam a forma como o seu corpo, em decomposição, foi encontrado e a investigação inicial ao iate, segundo noticia o Dailymail.
Não há evidências de uma segunda pessoa a bordo, nem foi encontrada nenhuma arma. Não foi ainda possível determinar há quanto tempo estará morto, nem exatamente qual foi a causa da morte. O que se sabe é que foram os ventos secos do mar, as temperaturas altas e o ar salgado que preservaram o corpo. E que este marinheiro navegou mais de meio milhão de milhas náuticas, ao longo de 20 anos.
Dentro da cabine, em grande parte submersa, foram encontrados álbuns de fotografias, roupas e latas de comida espalhadas por toda a parte. "A forma como está sentado indica que a sua morte foi inesperada, talvez por ataque cardíaco", diz o criminologista forense Mark Benecke.
Manfred, cuja identificação só foi possível graças a papelada encontrada a bordo do iate, deu sinais de vida pela última vez há cerca de um ano, na altura do seu aniversário, segundo revelou um amigo seu. O contacto foi feito via Facebook, onde publicava regularmente novidades sobre as viagens a bordo do seu iate de 12 metros.
Relatórios indicam que o último contacto físico com pessoas foi em 2009, mas as autoridades não acreditam que o iate tenha estado à deriva durante sete anos. Sabe-se que, nesse mesmo ano, conheceu Dieter, um outro marinheiro, em Maiorca, Espanha. Sobre Manfred, disse: "Era um marinheiro muito experiente. Não acredito que tenha navegado para o meio de uma tempestade. O mastro deve ter-se partido depois de Manfred já estar morto".
A polícia está a tentar recriar as suas viagens e descobrir quais as últimas pessoas com quem falou. A embaixada alemã em Manila, Filipinas, está a trabalhar com a polícia local para encontrar a sua família na Alemanha. Acredita-se que tenha uma filha chamada Nina que trabalha como capitã de um navio de transportes de mercadorias.
Manfred, natural da região de Rurh, na Alemanha, detestava os invernos rigorosos da cidade natal e fugia para o mar em busca de climas mais quentes. Num certificado encontrado dentro do iate destroçado, pode ler-se que adotara o apelido "Tiger Shank" (Tubarão Tigre) em 2008, quando a bordo do cargueiro Hyundai Renaissance atravessou a linha do equador de Singapura a Durban, na África do Sul, um marco na vida de todos os marinheiros.
fonte: Jornal de Noticias