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Explosão de estrelas "obrigou" os humanos a levantar-se

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© NASA/Chandra X-ray Observatory

Uma onda de radiação terá provocado incêndios que devastaram florestas e obrigaram os antepassados da espécie humana a optar por uma posição superior.

Estrelas a explodir e a provocar incêndios que queimaram florestas onde viviam antepassados da espécie humana. Eis a sucessão de acontecimentos que obrigou esses ancestrais a evoluir do macaco e passar a andar nas duas pernas. Uma posição superior que os levou a "conquistar" o mundo.

Esta é a visão de um grupo de cientistas norte-americanos que defendem que os proto-humanos (que viveram na pré-história até à Idade Antiga) foram obrigados a evoluir devido a uma explosão de estrelas - que começou há 7 milhões de anos - e cujas radiações atingiram a Terra há cerca de 2,6 milhões de anos.

A onda de radiação dessas explosões desencadeou uma cadeia de eventos: quando os raios cósmicos atingiram o planeta ionizaram a atmosfera, isso pode ter aumentado a frequência dos raios que atingiram as florestas africanas. Com menos árvores os nossos antepassados tiveram de se adaptar e passar a andar em pé, até como forma de se deslocarem rapidamente.

Na história da evolução humana dados sobre o andar ereto remontam a pelo menos seis milhões de anos ao Sahelanthropus - um hominídeo encontrado em 19 de julho de 2002 por Michel Brunet que com base no crânio sublinhou poder ser o mais antigo da linhagem humana e a representação de um "elo perdido" entre os "humanos" e os chimpanzés.

Isto é o pensamento dos investigadores da Universidade do Kansas (EUA), como Adrian Melott que explicou em declarações ao diário inglês The Guardian que estes antepassados já tinham começado a experimentar manter-se de pé antes dos efeitos da supernova. Mas acredita que as explosões tiveram um papel importante nesse avanço. "O bipedismo já tinha começado, mas achamos que isso pode ter sido um 'empurrão'", frisou.

"Há muito que se pensa que os raios foram a principal causa de incêndios antes de os humanos terem esse papel e com muitos fogos destrói-se muitos habitats", salientou ao jornal britânico. "Quando as florestas são substituídas por planícies é uma vantagem estar de pé, de forma a poder andar de árvore em árvore e ver de uma posição superior os predadores", acrescentou.

Os raios cósmicos de uma estrela que terá explodido a 164 anos-luz da Terra teriam aumentado em 50 vezes a ionização da atmosfera, calculam os cientistas. "Temos a certeza que isso teria aumentado os raios, mas como começam não é ainda bem claro e por isso não podemos avançar um número", salientou Melott.

Se os cientistas estiverem certos, futuras supernovas podem desencadear mais incêndios florestais na Terra. No entanto, o planeta parece estar seguro pois a estrela mais próxima prestes a explodir - enfim dentro de mil milhões de anos - é Betelgeuse, uma das mais brilhantes da constelação Orion, que fica a 642 anos-luz de distância da Terra.

No entanto, são necessárias mais pesquisas. "Se a ligação raio-raio cósmico for incorreta, tudo isto desmoronará", conclui Melott.



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