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Há 31 registos de OVNI’s em Portugal, incluíndo Famalicão e Esposende. Nenhum é extraterrestre

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Já há dados para os avistamentos de supostos Objetos Voadores Não Identificados (OVNI) durante o ano de 2022 em Portugal, com o número a aumentar dos 19 sinalizados durante o ano de 2021 para 31 no ano transato. De todos os registos, apenas um não atingiu o nível 1 (explicação encontrada para os indícios analisados), mas porque ficou a dúvida se estávamos perante o reflexo da fuselagem de um avião ou se era a passagem de um satélite. Ou seja, mais um ano, e nada de fenómenos em Portugal passíveis de serem de outro planeta.

24 casos explicados, sete sem dados suficientes para sequer serem analisados

E, mais uma vez, todos os que tinham dados suficientes para serem analisados (24) foram explicados, graças a uma entidade fundada em 2021 que não apareceu “para andar à procura de luzes no céu”, mas sim para tornar relevante o estudo deste tipo de ocorrências. Os restantes sete avistamentos foram encerrados por não conterem dados passíveis de analisar.

O trabalho é do Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais (CIFA), com sede em Vila do Conde, no distrito do Porto, cujo relatório anterior já foi anteriormente divulgado por O MINHO e que integra um grupo de investigadores, cientistas e civis de diferentes pontos do país, que recolhem e analisam dados para, de forma precisa e com consulta das fontes oficiais, tentarem explicar os avistamentos.

Dois avistamentos no distrito de Braga

Este centro de investigação acabou de divulgar, neste domingo, e mais uma vez em exclusivo ao nosso jornal, o “Relatório Anual Estatístico de Ocorrências de Fenómenos Aeroespaciais em Portugal – 2022”, com cerca de 30 páginas, onde estão descritos os fenómenos sinalizados por portugueses, que vão desde o Algarve até às Ilhas. Este ano, pela primeira vez, foram sinalizados avistamentos no distrito de Braga, nomeadamente em Famalicão e em Esposende.


Mapa de ocorrências por distrito. FONTE: CIFA

Balões, drones e satélites correspondem a 18 dos avistamentos

Dos 31 fenómenos sinalizados, seis correspondem a balões Led, seis a drones, seis a satélites, dois a sinalização de aeronaves, dois a planetas, entre outros. Contudo, há sete alegados avistamentos que não tinham informação ou dados suficientes para que pudessem ser avaliados, pelo que foram catalogados como “informação inconsistente” e encerrados como nível 1.


Tabela com explicações para os avistamentos. Fonte: CIFA

Drones e Starlink ainda confundem muita gente

A O MINHO, a entidade considera de vital importância o conhecimento público das explicações desses fenómenos ainda com enorme défice temático na divulgação na sociedade. “Maioritariamente a percentagem dos casos explicados envolvem a tecnologia vinculada aos drones, que continuam a fazer confusões na sua interpretação por testemunhos menos esclarecidos a este tipo de visualizações no firmamento”, explica Vítor Moreira, presidente da entidade.

Em relação a este último relatório, o CIFA em considerações unânimes pelo seu grupo de investigadores, reitera que não houve qualquer registo que possa ser considerado como provável fenómeno aeroespacial desconhecido ou fenómeno aéreo não identificado em território nacional e nas ilhas adjacentes.

Diafragma das máquinas fotográficas prega partidas

Uma das novidades em relação ao relatório do ano passado foi a inclusão de especialistas em fotografia digital na investigação dos ditos fenómenos, originando, por exemplo, na desmistificarão de um caso ocorrido em Bragança, onde numa fotografia de paisagem surgia “um objeto estranho sem que exista observação do fenómeno”. Ou seja, apenas ficou no registo fotográfico. Após análise do CIFA, foi determinado que se tratou de um registo definido pela abertura do diafragma da máquina (velocidade do obturador) que determinou o objeto observado.


Objeto em bragança foi causado pela própria câmara fotográfica. foto: CIFA

Salienta também que todos os registos de ocorrências foram devidamente classificados como explicados, não obstante, de alguns carecerem de maior informação complementar de dados para análise mais aprofundada;

Lamentam ainda a “ausência de interesse da divulgação pela média sobre o tema”, que “contribuiu para a escassez de relatos que possam determinar uma intervenção mais efectiva pelo CIFA e sua consequente validação de factos nacionais”.

Para o CIFA, e embora só estejam classificadas duas ocorrências neste relatório referentes ao projeto de satélites STARLINK, “este é um dos temas que mais erros de interpretação tem originado e que necessita de um maior trabalho de esclarecimento”.

Objetos em fila indiana ainda surpreendem muitos cidadãos


Um dos casos analisados que remete para os ‘comboios’ de satélites lançados frequentemente por Elon Musk (já existem 4.500 na órbita-baixa da Terra e o objetivo são 30.000), ocorreu em Mértola, em setembro do ano passado. A testemunha foi “surpreendida por objetos luminosos em fila indiana nos céus”, não sabendo do que se tratava.


Comboios de satélites starlink ainda surpreendem muitos cidadãos. foto: cifa

Por fim, diversos tipos de balão e a falta de conhecimento do observador na leitura do firmamento, e também os drones, continuam a ser das categorias com mais presenças nos casos analisados.

Para finalizar este relatório o CIFA contou com apoio de diversas entidades, nomeadamente a Força Aérea Portuguesa, o IPMA e José Manuel Grosso-Silva, do Museu de História Natural de da Ciência.
OVNI em Esposende era um drone militar

Um dos casos analisados durante o ano de 2022 ocorreu em Esposende, no início de outubro (dia 02). Testemunhas estavam na varanda do prédio quando viram o que parecia um “triângulo de luzes, sempre consistentes na formação, bem definidos, em velocidade rápida”. A formação aparentava ter a forma de uma asa-delta e foi possível observar durante cerca de 15 segundos, acabando por “desaparecer no horizonte”.

Segundo a investigação do CIFA, este avistamento tem como causa-efeito os dados posicionais de luzes de uma aeronave (drone) de características militares, algo que, considera, tem 100% de probabilidade de explicação, dando como exemplo avistamentos semelhantes, confirmados, de outros drones do género.


OVNI avistado em Esposende será um drone militar. foto: CIFA

OVNI em Famalicão era um balão das Antoninas

Outro dos casos esclarecidos aconteceu em Famalicão, no dia 11 de junho de 2022. Um jovem, designer de profissão, juntamente com os seus pais, observou da varanda um objeto de cor cinza com luminosidade e que realizava “estranhas manobras depois de alguma imobilidade”, acabando por “subir em direção a sul/sudeste, em velocidade moderada, desaparecendo no horizonte”.

O CIFA lembra que esta observação foi feita durante o período dos santos populares, e no dia 11 de junho de 2022 já se celebrava o Santo António em vários pontos do Minho, incluíndo em Famalicão, num período em que decorriam as Antoninas.

“Tudo indica que na base da descrição e trajetória seja apontado para algum modelo de balão que tenha sido presenciado pela testemunha”, consideraram os investigadores do CIFA.


Avistamento em Famalicão era um balão das antoninas. foto: CIFA

CIFA está legalizado desde 2021

O CIFA está legalizado oficialmente desde 14 de julho de 2021, em Vila do Conde, e tem o seu site (cifa.pt) como divulgação do seu trabalho.

Possui mais de 20 elementos operacionais nacionais associados na sua atividade, “estando a incrementar uma equipa pluridisciplinar no trabalho de intervenção no terreno”.

A entidade não vai andar atrás de luzes no céu mas sim “de procurar indícios relevantes de estudo nos casos designados de perto e/ou com evidências constatadas no solo de um eventual fenómeno extraordinário”, reforça.


Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais

Nos dias de hoje não se coloca a questão da existência dos designados Fenómenos Aéreos (OVNIs), “mas sim se a sua tecnologia e procedência exige ou não uma intervenção mais cuidada a nível governamental no âmbito de salvaguarda do espaço aéreo contra a respetiva violação de fenómenos aeroespaciais desconhecidos”, conclui o CIFA.

fonte: O Minho


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