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"Está no horizonte o colapso das nossas civilizações." Attenborough e as alterações climáticas

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David Attenborough na cerimónia de abertura da cimeira do clima, COP 24, na Polónia © REUTERS/Kacper Pempel

Sem meias palavras, David Attenborough apelou aos líderes mundiais da cimeira do clima, COP 24, para agirem agora contra as alterações climáticas. "O tempo está a esgotar-se", avisou. "

A continuação das civilizações e do mundo natural, do qual dependemos, está nas vossas mãos". O aviso é de David Attenborough, figura incontornável dos documentários sobre a vida selvagem, aos líderes mundiais que estão ​em Katowice, Polónia, na 24ª Conferência da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP 24).

Os avisos do naturalista britânico, de 92 anos, não se ficaram por aqui. Na cerimónia de abertura da cimeira do clima, Attenborough sublinhou que é preciso agir agora. "O tempo está a esgotar-se", afirmou, referindo-se às consequências devastadoras das alterações climáticas. "Se não agirmos, está no horizonte o colapso das nossas civilizações e a extinção de grande parte do mundo natural", sublinhou.

"A nossa maior ameaça em milhares de anos"

Perante os representantes de quase 200 países, David Attenborough pediu aos líderes mundiais para fazerem isso mesmo: liderar a luta contra as alterações climáticas, "a nossa maior ameaça em milhares de anos", considerou.

O ambientalista e apresentador de programas como "Planeta Azul", em que destaca os efeitos nefastos da poluição nos oceanos, foi o escolhido para representar o povo na cimeira das Nações Unidas, onde desafiou os decisores políticos a não esperarem mais a agirem agora.

Apesar de se dirigir aos líderes mundiais, o britânico pediu a todos para se juntarem à nova iniciativa da ONU, a ActNow.bot, uma plataforma do Facebook Messenger, cujo objetivo é dar às pessoas de todo o mundo o poder e o conhecimento para agirem contra as alterações climáticas.

Segundo Attenborough, os cidadãos "estão dispostos a fazer sacrifícios no seu quotidiano". Esta nova plataforma serve para "tornar isto ainda mais fácil", explicou sobre a iniciativa que pretende "ajudar as pessoas a descobrirem as ações simples que podem fazer no dia-a-dia, porque reconhecem que também devem desempenhar o seu papel" na luta contra as alterações climáticas.
Apelo de Guterres

Até 14 de dezembro, cerca de 30 mil delegados de 197 países estarão numa maratona de negociações complexas para encontrarem maneira de aplicar o acordo de Paris celebrado em 2015. O objetivo é limitar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius.


Na cimeira do clima, Guterres frisou que é preciso "eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis, que fazem tanto mal ao meio ambiente".

A meta até 2030, disse o secretário-geral da ONU, terá de ser baixar em 45% as emissões de gases com efeito de estufa em relação a 2010.

Em 2050, ter-se-á de atingir a neutralidade carbónica, o que será a única maneira de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus centígrados. "Este é o desafio pelo qual esta geração de líderes será julgada", considerou António Guterres.



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